8 de outubro de 2011

As condições exigidas para participar do Banquete

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Os detalhes que devem ser levados em consideração numa preparação para a festa são muitos. O motivo, a lista dos convidados, a comida, as bebidas, o ambiente, a música, são alguns elementos imprescindíveis para que ela ocorra da melhor maneira possível.

Participar da Festa do Reino também exige suas condições e São Mateus aplica quais são elas na parábola do banquete nupcial. Inicialmente, a primeira atitude é do próprio dono da festa, ou seja, Deus que quer recordar a aliança do seu Filho com a humanidade (Mt 22, 1-14). Isso pode ser entendido em dois momentos.

O primeiro consiste dos versículos 1-10 nos quais o evangelista apresenta a sua primeira lista dos convidados com as respectivas respostas. Os convocados pelo dono da festa são membros da elite e não dão a mínima atenção para o convite (22, 3). Os da segunda lista escutam, mas terminam dando desculpas e também não comparecem (22, 5-6). Em seguida, o dono da festa, faz outra lista composta daqueles excluídos e que não fazem parte da alta classe social. Estes moravam nas encruzilhadas do caminho que numa linguagem atualizada eram moradores das favelas dos grandes centros urbanos de hoje. São eles que aceitam o convite deixando a sala repleta.

O segundo momento é uma conseqüência do primeiro, porém constitui uma particularidade do Evangelho de Mateus, pois na passagem paralela de são Lucas ele não está presente (Lc 14, 16-24). Trata-se dos trajes de festa destes presentes em que um deles se apresenta com uma veste inapropriada para o momento (22, 11-14). Segundo os exegetas esse fato deve ser entendido como a “justiça já que ela é uma exigência permanente ao longo do evangelho de Mateus” (BORTOLINI, 2010, p. 242 ).

Como se apresentam as condições exigidas para participar do Reino de Deus apresentado como um banquete nesta parábola? As conclusões são as seguintes: somente quem aceita e coloca como prioridade o chamado de Deus na vida é quem participa da festa; não somos nós mesmos que escolhemos participar dela, mas o próprio Deus com seu amor inesgotável e sem preferências que não se cansa de enviar profetas convidando para o banquete; esse mesmo Deus nos observa e nos vê se estamos vestidos com as vestes da justiça ou participamos das festas e banquetes descomprometidos com os famintos.

Estas condições exigem um equilíbrio entre o ter e o não-ter, entre a fartura e a falta. É nesse sentido que o exemplo de Paulo se torna o mais acertado para ser seguido. Escrevendo aos Filipenses ele diz: “sei viver na miséria e sei viver na abundância. Eu aprendi o segredo de viver em toda e qualquer situação, estando farto ou passando fome, tendo de sobra ou sofrendo necessidade” (Fl 4, 12).

No dia a dia podemos nos questionar: Quais são as nossas desculpas em não querer participar da vida da comunidade? O que mais nos prende e não deixa dela participar? Deixamos ser encontrados por Deus para que façamos também parte do seu Banquete ou buscamos pretextos e, assim fugimos sempre da sua presença?  E as nossas escolhas e prioridades estão em equilíbrio com a vontade de Deus?

Portanto, o banquete é a alegria de quem acolhe a proposta do Evangelho e começa a fazer dele uma condição para amar e servir os necessitados. Inspirado por ele, faz da comunidade um espaço onde as pessoas se encontram para celebrar a fé e a vida.

Wagner Carvalho

Seminarista Quarto Ano de Teologia

1 comentários :

Ricardo Moura Borges disse...

bom texto

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