"Felizes, entretanto, todos os que
nele confiam.”
(Salmo 2, 11b)
Onde está a nossa confiança? Em quem determinamos o centro de
nossa vida? A modernidade estabeleceu o antropocentrismo, ou seja, o homem como
o centro do universo que pode dar resposta a todas as coisas, sendo este capaz
de proporcionar a felicidade a partir do avanço da tecnologia e da ciência.
Agora o homem, sendo dono de si, pode atingir os seus objetivos. Desta maneira
pode-se atribuir que a vitória vem unicamente pelo ser humano, descartando a
possibilidade de intervenção da divindade. O primeiro equivoco é de não
reconhecermos que recebemos a Graça da sabedoria e da inteligência e o segundo
de que o antropocentrismo inverte o sentido, onde é Deus o criador e não o
homem que é a criatura.
Permeados por objetivos, sonhos, perspectivas, muitas das vezes esquecemos de perguntar a nós mesmos o propósito de nosso breve existir.
O salmo 2 coloca em evidencia o ser humano que desvinculado da presença divina procura os seus propósitos em seu egoísmo, acreditando que pode ser dono de todas as coisas, a tal ponto de desafiar Deus onipotente. Deus porém ao ser onisciente manifesta o seu poder e a sua sabedoria, demonstrando que a verdadeira felicidade não está necessariamente em obter riquezas, fama, glória, mas em perceber o que Ele quer de nossas vidas. Mas como saber o que Deus quer de nós?
Um dos caminhos certeiros para chegar a uma resposta plausível é a oração. Não é por acaso que os salmos são orações. Jesus na Santa Ceia, após a refeição rezou os salmos com seus discípulos. A igreja recomenda constantemente a oração dos salmos. Eles são portas para o encontro com Deus. Recitar o salmo para entrar em contanto com uma oração pessoal com Deus e assim perceber que o nosso breve existir tem um proposito que é louvar e agradecer em todos os momentos da vida.
Os infortúnios e momentos felizes e de glória sempre irão existir, contudo a percepção de que a felicidade pode ser alcançada quando verdadeiramente em um processo continuo, diário, reflexivo se atinge quando confiamos, nos abrimos, ao verdadeiro amor de Deus. O salmo, termina com uma orientação: “Servi o Senhor com respeito e exultai em sua presença; prestai homenagem com tremor [...].
As Sagradas Escrituras são fonte de luz que se renovam a cada
momento de nossa vida, demonstrando a presença de Deus em nosso caminhar. Desta
forma, agradeçamos o nosso existir e louvemos a Deus que tudo sabe e que nos
orienta para sermos vossos discípulos e missionários.
(Ricardo de Moura
Borges – Graduando em Bacharelado em Teologia Católica)
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