10 de maio de 2012

População apresenta diagnóstico sobre a seca durante o Fórum Diocesano sobre Gestão de Riscos no Semiárido do Piauí

A Diocese de Picos reuniu na manhã desta quarta, 09, representantes de 42 municípios da macrorregião durante o I Fórum Diocesano sobre Gestão de Riscos no Semiárido Centro Sul do Piauí, para tratar sobre a problemática da seca que assola famílias piauienses.

O evento foi uma iniciativa de dom Plínio José, Bispo Diocesano de Picos, e contou com o apoio de todos os padres, ecoando pelas paróquias e áreas pastorais, que realizaram este fórum em nível paroquial, oportunidade para produzir um levantamento sobre a situação das comunidades, tendo em vista a ausência de chuva, e apontando medidas que venham facilitar a vida da população.

Na oportunidade, dom Plínio José Luz da Silva apresentou as preocupações da Igreja no Piauí sobre as consequências decorrentes da seca, como a desarticulação e desintegração da família, a migração forçada dos pais e filhos para outros estados em busca de novas fontes de renda, facilitação para o tráfico de seres humanos e trabalho escravo, o estado vulnerável das pessoas mais atingidas pela seca diante das estratégias eleitoreiras, e a situação degradante de muitas comunidades, que já não contam como água nem para o consumo humano.

Dom Plínio José Luz da Silva falando aos participantes do fórum.

O fórum contou com a presença de prefeitos, vereadores e secretários de diversos municípios que integram a Diocese de Picos, além de representantes dos sindicatos rurais dos trabalhadores, associações comunitárias e órgãos públicos cujas atividades são voltadas para agricultura, agropecuária, geração de renda, desenvolvimento social e econômico, como a Agência de Defesa Agropecuária do Piauí (ADAPI), EMATER, Federação dos Trabalhadores na Agricultura (FETAG), Associação dos Engenheiros Agrônomos (AEA), Defesa Civil, Cáritas Diocesana e Regional.

Cáritas Regional e Diocesana

Antônio José, Voluntário da Cáritas e Engenheiro Agrônomo especialista em Produção Vegetal, falou sobre a importância de saber conviver com a seca, atentando para utilização ecológica dos escassos recursos hídricos disponíveis. Na oportunidade apresentou dados sobre a extensão territorial do semiárido piauiense, que correspondo a 62,1% do estado, com precipitações pluviométricas que variam entre 400 mm a 1000 mm, temperaturas médias entre 24° e 39°, e com forte evaporação potencial da água, que chega a 2.000 mm por ano.

Antônio José, Eng. Agrônomo, Cáritas e ADAPI

Representantes de todas as paróquias partilharam o diagnóstico construído durante os fóruns paroquiais sobre a seca, denotando uma realidade com grandes semelhanças nos 42 municípios, como a perda da produção agrícola, prejuízos com a morte dos animais ou venda com valores abaixo do mercado, situações emergenciais como a ausência de água para o consumo humano em diversas comunidades, trabalhadores e famílias desesperados, pois sobrevivem da agricultura familiar, cuja produção teve perda total na maioria dos municípios.

Os gestores públicos apresentaram ações já desenvolvidas para amenizar a situação e as que ainda serão colocadas em prática, mas foram enfáticos quanto à necessidade de políticas públicas que resolvam esta problemática, oferecendo condições dignas de sobrevivência durante as estiagens prolongadas, e não paliativos para os períodos sem chuva.

Do Fórum será produzido um documento com o diagnóstico da realidade enfrentada pelos piauienses nesta seca, e encaminhado às autoridades competentes em busca de resolutividade para os problemas, apresentando também as sugestões e necessidades da população.

 

 

Fone: dp15.com

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