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24 de abril de 2012

São Jorge

 

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Falar sobre esse santo propagado pela Igreja, que se propõe de certa forma tão paradoxal, pelo fato de sua difusão e ao mesmo tempo paira no ar uma duvida de sua existência, nos permite indagar sobre a sua existência, e sobre a sua relação com o cristianismo.

De inicio sabemos que existem evidencias de uma existência histórica de um soldado romano que vivia na palestina, chamado Jorge, lá pelos final do século II e início do séculos III d. C. Sabemos que ele exercia altas funções no tempo do Imperador romano Diocleciano. O que nos intriga é a coragem de Jorge em desrespeitar o imperador, quando este decide perseguir os cristãos.

Como um soldado de prestigio, e grandes honras foram propostos a Jorge que se ele adorasse, venera-se e sacrificasse aos ídolos, viveria com muitas honras e riquezas que desejasse ter, ou que se ele continuasse a defender os cristãos seria morto. Jorge manteve-se fiel e foi degolado e morto supostamente no dia 23 de abril do ano 300 d. C.

Com o perpassar de vários séculos foram surgindo inúmeras historias e estórias sobre Jorge. Muitas lendas apareceram sobre esse personagem tão intrigante, mas em todas as lendas e histórias fica o essencial: a luta de um homem em favor do amor e da Verdade maior: o seguimento a Jesus Cristo.

Foi um santo muito cultuado e que teve uma grande repercussão aqui no Brasil em seu culto nos anos de 1950 em diante. Aqui em nossa paróquia celebra-se São Jorge na comunidade do Assentamento União, onde percebemos muitos devotos que veem na figura de São Jorge, um personagem que lutou em defesa dos cristãos, que por sua vez torna-se motivo de inspiração ao seguimento a Jesus Cristo.

A intrigante e vida desse jovem soldado romano, nos faz perceber, a essência do verdadeiro cristão, que mesmo preso a um sistema, como no caso de Jorge que era soldado romano e com uma vida de honras e glorias, luta pelos ideais de verdade a tal ponto de deixar tudo e morrer por uma causa nobre.

Apoiemos-nos, nas verdades de Jesus que nos ensina de forma clara e evidente o Caminho, a Verdade e a Vida.

 

 

 

ORAÇAO

SENHOR DEUS VOS PEDIMOS POR INTERMEDIO DE SÃO JORGE, A GRAÇA DE SERMOS FIRMES NOS PROPOSITOS DE CRISTO, VOSSO FILHO, AFIM DE NÃO NOS ABALARMOS DIANTE DAS PERSEGUIÇÕES, DO MEDO, DAS AFLIÇÕES QUE NOS SURGEM. AMÉM.

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RICARDO DE MOURA BORGES – FORMADO EM FILOSOFIA PELO ICESPI E ATUALMENTE CURSANDO HISTÓRIA NA UFPI.

24 de março de 2012

A presença dos Símbolos em nosso meio

 

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Vivenciamos recentemente a peregrinação dos símbolos representados pela cruz e a imagem de Maria, em nossa rica diocese. Interessante perceber como o símbolo faz parte daquilo que em muitas vezes não consegue ser exprimido nem por gestos e nem palavras. Esse inefável faz parte do ser humano, que coloca os símbolos para exprimirem sua fé, sua devoção, seu amor ao divino. O termo símbolo tem sua origem no grego (symbolon), e serve para designar um tipo de signo em que o significante representa algo abstrato por força de convenção. Um exemplo bem claro é a cruz que representa o Cristianismo, porque ela é a parte de um todo que é a imagem do Cristo morto.

Vimos a imensidão de pessoas, a observar e admirar os símbolos e é admirável como pessoas de todas as idades e ate de outras denominações religiosas estavam a prestigiar esse acontecimento tão importante. O que me impressionou foi como isso repercutiu na vida de nos cristãos católicos. Inseridos em uma realidade onde muitas vezes dá-se a perceber a pouca fé, através do egoísmo, das injustiças, do medo, do ceticismo em relação ao cristianismo e de outros fatores nos surpreendemos ao ver pessoas se aproximarem em um gesto tão simples e olharem para um símbolo que muito diz a cada individuo.

Os símbolos tem por sua vez grande significado, pois eles resgatam aquilo que é essencial no ser humano, que é o amor pelo divino, pelas sensibilidades que muitas vezes esquecemos pela dureza do dia-a-dia. Como católicos somos interpelados a cada símbolo cristão que nos aparece, a saber, de forma mais profunda que não estamos sozinhos, mas que Cristo o nosso Senhor e Salvador esta em nosso meio para nos auxiliar em nossas adversidades. Através dos símbolos cristãos se comprova a passagem bíblica de Mt 18, 20:” Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles”. Assim os símbolos são sem duvida uma riqueza, pois estes como matérias remetem o cristão católico para a realidade espiritual.

Oração

Bom Deus, nós vos agradecemos por nos mostrar o seu amor nas coisas simples da vida, e te pedimos ó Bom e eterno Pai que por meio do seu filho sejamos sempre mais atentos aos símbolos que nos são apresentados para podermos entrar na dinâmica do vosso Reino. Que Maria a mãe do Filho de Deus esteja sempre a nos abençoar . Amém.

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RICARDO DE MOURA BORGES - FORMADO EM FILOSOFIA PELO ICESPI E ATUALMENTE CURSANDO HISTÓRIA NA UFPI.

13 de dezembro de 2011

Deus, nosso amigo

 

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Em todo o nosso processo existencial, nos relacionamos com inúmeras pessoas, e por consequência criamos os laços de amizade, que nos dão firmeza em nosso caminhar, que alimenta a nossa vida e nos prontifica para as inúmeras adversidades que encontramos. E poderíamos dizer que é através do dialogo que a amizade floresce e frutifica. Foi assim com Jesus e seus discípulos, e continua sendo assim comigo e com o caro leitor, ou seja, é através do dialogo com Jesus que nos tornamos cada vez seus amigos.

Ao lermos a passagem do evangelho de João, precisamente no cap.15, vers. 15 encontramos de forma verdadeira e explicita, a relação de Jesus para com os seus discípulos. Aqui Jesus torna-se próximo do ser humano, em uma relação tão estreita, que se torna até impensável. Ora como o Filho de Deus, pode se tornar amigo do homem simples, frágil e pecador? Como o divino e perfeito pode manter uma relação de amizade com o fraco, com pequeno ser humano?

A partir dessas questões podemos nos sentir maravilhados, pois Deus nos revela o mistério da salvação nas coisas corriqueiras de  nossa vida. E como todo amigo tem necessidade de conversar com o outro amigo, se torna, pois uma necessidade mantermos diálogo com Jesus, nosso amigo fiel que muitas vezes se manifesta na pessoa do outro.

No show da banda Rosa de Saron, o baixista da banda, Rogério Feltrin disse o seguinte: “a musica é uma forma estreita e sublime de se comunicar com Deus”.  Deus se faz presente e ouve o nosso apelo, nosso louvor, na oração.

Sejamos, pois amigos de Jesus, que quer estar presente em nossas vidas a cada momento, e nos orientar para o seu Reino de amor.

JESUS NOSSO AMIGO, QUEREMOS CONHECER-LO CADA VEZ MAIS, E PARA ISSO SENHOR NOS AUXILIA E NOS FAZ TER UMA RELAÇAO ESTREITA DE AMIZADE CONTIGO.  AMÉM

RICARDO DE MOURA BORGES – FORMADO EM FILOSOFIA PELO ICESPI E ATUALMENTE CURSANDO HISTORIA NA UFPI.

29 de novembro de 2011

TEMPO DE ESPERA

 

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Eis que se inicia o tempo do advento. Termo que vem do latim adventus, que significa, vinda, chegada. Tempo do qual devemos preparar o nosso coração para receber o Senhor em nosso meio.

É fascinante como a liturgia católica divide os quatro domingos em preparação para o natal do Senhor, onde podemos vivenciar de forma intensa as diversas passagens da bíblia. Vejamos:

·        No lº Domingo, há o perdão oferecido a Adão e Eva;

·        No 2º Domingo, meditamos a fé dos Patriarcas;

·        No 3º Domingo, meditamos a alegria do rei Davi;

·        No 4º Domingo, contemplamos o ensinamento dos Profetas;

Dessa forma o cristão católico tem todos os meios para se aprofundar de maneira completa nos mistérios da salvação.

Neste tempo também somos convidados a ir no profundo de nosso coração e prepara-lo para o acolhimento de Nosso Senhor Jesus.

Façamos pois desse acontecimento,  um momento único e significativo para nossas vidas.

Que Maria a mãe do Filho de Deus nos abençoe e nos mostre o caminho de seu Filho amado!

Oração

PAI QUERIDO AGRADECEMOS, CONSTANTEMENTE PELAS SUAS CONSTANTES BENÇÃOS DE AMOR QUE PROPORCIONA EM NOSSAS VIDAS, E TE PEDIMOS SENHOR QUE NESSE TEMPO DE ADVENTO POSSAMOS PREPARAR O NOSSO CORAÇAO DE MANEIRA CONTRITA PARA ACOLHER O TEU FILHO JESUS, NOSSO SENHOR.

RICARDO DE MOURA BORGES - FORMADO EM FILOSOFIA PELO ICESPI E CURSANDO HISTÓRIA NA UFPI

28 de novembro de 2011

Presidente da CNBB prega sobre Advento e lembra Campanha da Evangelização

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O Cardeal Arcebispo de Aparecida e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Raymundo Damasceno Assis, presidiu a Celebração Eucarística das 8h, no Altar Central, do Santuário Nacional neste 1º domingo do Advento (27). Em sua homilia, Dom Damasceno afirmou que o advento marca para nós cristãos, o início de um novo ano litúrgico e durante este novo ano, o evangelho em destaque será o de São Marcos.

"O tempo do advento, convida-nos a preparar-nos para celebrar o Natal numa dupla prospectiva: na primeira parte do tempo do advento a liturgia convida-nos a nos prepararmos para acolher o Cristo que virá no fim dos tempos e levará à plenitude o seu reino, como Ele nos prometeu. Ele virá julgar os vivos e os mortos, como rezamos no Credo", afirmou o Cardeal. Dom Raymundo acrescentou que na última semana, antes do Natal, a liturgia nos convida a contemplar e a meditar sobre o mistério da encarnação, o nascimento de Jesus, a primeira vinda do Filho de Deus, ocorrida há mais de dois mil anos. "Neste tempo do advento, a liturgia apresenta-nos alguns personagens que devem nos ajudar a iluminar a nossa realidade e a vivê-la segundo o projeto de Deus: Isaias, João Batista, José e a Virgem Maria. O texto de hoje é uma das mais belas e comoventes orações do Antigo Testamento", completou.

O Cardeal disse que no evangelho, São Marcos narra a parábola do homem que partiu para o exterior e confiou a sua casa à responsabilidade de seus empregados, deu a cada um uma tarefa e mandou o porteiro ficar vigiando até a sua volta. "A parábola alerta-nos para a responsabilidade que temos de, a qualquer momento, sermos chamados a prestar contas a Deus, de nossa vida. 'Ficai atentos, cuidado! disse Jesus, porque não sabeis quando chegará o momento'", afirmou. No Brasil, a Igreja realiza a Campanha para Evangelização, com o lema: 'Ele veio curar nossos males'.

Segundo Dom Damasceno, a campanha deste ano convida cada cristão a abrir o coração para acolher Aquele que veio habitar entre nós para nos salvar e dar sentido a nossa vida. "É por isso que a festa do Natal é um momento de singular importância no trabalho evangelizador. É o momento de aprendizado sobre o significado da nossa existência, de descobrirmos em Jesus, quem verdadeiramente somos.", acrescentou. A Campanha para a Evangelização tem também a finalidade de angariar recursos que garantam a continuidade do trabalho evangelizador da Igreja no Brasil. A coleta para a Evangelização será feita no 3º domingo do Advento. "O Cristo que se fez pobre ao nascer em Belém, assumindo nossa condição frágil e mortal nos ensine a ser generosos e a saber partilhar entre nós não só os bens espirituais, mas também os bens materiais", finalizou o Cardeal.

FONTE - CNBB

8 de novembro de 2011

Artigo sobre Casamento Misto

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É do conhecimento de todos que cada vez mais cresce o número de comunidades denominadas cristãs ou seitas que não estão ligadas à Igreja Católica. Vivemos num mundo plural em todos os aspectos da vida.

No entanto, não podemos perder o essencial que é a unidade em Cristo Jesus, pois há “um só Deus, uma só fé, um só batismo” (Ef 4,4). Cremos e professamos, embora respeitando e defendendo a liberdade religiosa, um direito natural, que a Igreja Católica foi querida e fundada por Jesus Cristo, confiada aos cuidados de Pedro (cf. Mt 16,18).

O matrimônio e a família não ficam de fora desse mundo pluralista; ao contrário, são gravemente afetados. Neste sentido estão os chamados na legislação canônica de “casamentos mistos”, isto é, o matrimônio entre um católico e um cristão validamente batizado que pertence a outra denominação cristã que não está em plena comunhão com a Igreja Católica. Cresce o número dos que procuram a Igreja para este tipo de matrimônio.

Para tanto, a Igreja é competente, pois, basta que um dos contraentes seja católico para que recaia sobre a Igreja a competência em administrar o sacramento. Previamente, porém, a Igreja deve seguir, sobretudo o que e como rege o cânon 1125 do Código de Direito Canônico que diz: “O Ordinário local [Bispo diocesano ou Vigário geral] pode conceder essa licença [para assistir a matrimônios mistos], se houver causa justa e razoável; não a conceda, porém, se não se verificarem as condições seguintes:”

“1ª a parte católica declare estar preparada para afastar os perigos de defecção da fé, e prometa sinceramente fazer todo o possível a fim de que toda a prole seja batizada e educada na Igreja católica;”

“2º informe-se, tempestivamente, desses compromissos da parte católica à outra parte, de tal modo que conste estar esta verdadeiramente consciente do compromisso e da obrigação da parte católica;”

“3º ambas as partes sejam instruídas a respeito dos fins e propriedades essenciais do matrimônio, que nenhum dos contraentes pode excluir.”

Portanto, o casamento misto não pode ser feito sem que haja antes uma preparação muito cuidadosa. É preciso, acima de tudo, ajudar os nubentes a enxergarem além do momento presente que, não raras vezes, é movido apenas por uma paixão, e fazer com que eles percebam que o estado de vida matrimonial que se instaura com a prestação do consentimento matrimonial tem conseqüências para toda a vida e a vida toda, envolvendo não só a vida dos dois, mas gerando uma nova família e todo ser humano deve ter como base de vida a fé que é única.

Neste sentido cremos que para ajudar a manter a unidade que o estado de vida matrimonial produz nos cônjuges, é necessária a vivência da fé que deve ser alimentada em comum no mesmo culto, na mesma Igreja. Porém, como a Igreja permite, por causa justa e razoável, celebrar um casamento misto, o assistente não pode fazê-lo, antes de solicitar e receber a licença escrita do Ordinário local, que deve ser feita preenchendo os requisitos do cânon acima citado.

Primeiramente e prevalentemente sobressai o cuidado pastoral, depois o cuidado formal em cumprir as prescrições canônicas, colhendo a declaração escrita da parte católica que dirá que evitará toda ocasião de defecção da fé e que a prole será batizada e educada na Igreja católica. Após isso, o assistente, informará à parte não católica do compromisso da parte católica que deverá ser por ela respeitada. Finalmente, não se escuse o assistente de orientar, também pelo chamado “curso de noivos”, os dois sobre aquilo que é essencial no matrimônio e que, portanto, não depende de orientação de nenhuma igreja, os fins e as propriedades essenciais do matrimônio, inerentes a este.

É importante e urgente que todos nos esforcemos em salvar a dignidade do matrimônio e da família, Se “o futuro do mundo passa pela família” como dizia o Venerável Papa João Paulo II, é questão de vida ou morte agir em defesa dela que nasce do sacramento do matrimônio o qual confere ao casal a bênção da união conjugal e à família a estabilidade de uma fé que é base e sustentáculo de toda vida.

Picos (PI), 08 de novembro de 2011.

Pe. João Pereira de Sousa

Vigário Judicial da Diocese de Picos

FONTE – dp15.com

29 de setembro de 2011

Pe. Flávio participa de ato celebrativo na Universidade Federal do Piauí

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Aconteceu a partir das 16:00h de quarta-feira dia  28/09, no laboratório de biologia da Universidade Federal do Piauí, no Campus de nossa cidade, momento celebrativo com professores, funcionários, alunos do departamento de biologia e jovens da pastoral de juventude da Paróquia do Junco. Na oportunidade foi feita a memória da técnica Fabiana Jacinto Figueiredo, falecida há dois anos,  que fez parte dos quadro da Universidade Federal.

Nas orações e meditações que aconteceram durante o ato celebrativo foram evocadas, entre outras coisas, a dedicação profissional e a riqueza humana da mencionada docente.

] Pe. Flávio, se inspirando na carta do apóstolo Paulo ao Romanos (8, 18-24) lembrou que neste texto “encontramos identificadas as duas maiores e mais universais realidade da vida humana, o amor e a morte”.  Prosseguindo afirmou que “o livro do Cântico dos Cânticos e toda a revelação bíblica garantem-nos que o amor é mais forte do que a morte”. Concluindo sua reflexão afirmou: “Para resumir toda a complexidade da nossa vida, Blaise Pascal, num famoso fragmento dos seus pensamentos, mostra-nos participantes de três esferas diferentes, três ordens de realidade diversas, que divergem infinitamente uma da outra: a carne, o intelecto e a caridade. Não bastam as duas primeiras para nos definir. Só a caridade dá sentido a tudo, e permanece, como dom sobrenatural, além da morte”.

16 de setembro de 2011

A Figura Canônica do Pároco

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Na Igreja, o sacerdócio é fundamental, sobretudo porque é a Eucaristia que faz a Igreja e a Igreja que faz a Eucaristia e, sem o Sacerdote não há Eucaristia. Por isso, o sacramento da ordem que confere caráter indelével,

assinalando aos que o recebem como ministros sagrados, para agir na pessoa de Cristo cabeça (cf. cânon 1008), no seu segundo e terceiro graus, confere o poder sacerdotal para que o Ministro de Deus possa realizar as funções sagradas.

Em outra ocasião tínhamos dito que a instituição paroquial começou a surgir na Igreja a partir do século IV da era cristã, com o intuito de atender melhor às comunidades que iam se expandindo também no âmbito rural. Para a Paróquia era designado Presbítero que agia na pessoa do Bispo, fazendo-lhe as vezes. Nos dias atuais a Paróquia tem este mesmo sentido e é regida por um Pároco como seu pastor próprio.

O ofício de Pároco implica plena cura de almas. Neste sentido, o cânon 150 diz que “o ofício que implica plena cura de almas, para cujo desempenho se requer o exercício da ordem sacerdotal, não pode ser conferido validamente a quem ainda não foi promovido ao sacerdócio”. Portanto, para este ofício, como dissemos acima, só pode ser conferido validamente ao Sacerdote, padre ou bispo. Vale lembrar que ninguém “pode obter um ofício eclesiástico sem a provisão canônica”, diz o cânon 146 do Código de Direito Canônico.

Provisão é o conjunto de atos jurídicos, mediante os quais, a autoridade competente nomeia a pessoa que vai exercer determinado cargo, concedendo-lho o título que justificará o exercício do ofício para o qual foi designado.

Para que alguém seja constituído validamente como Pároco, além de ser sacerdote, como dissemos, precisa se destacar pela sã doutrina e pela probidade de costumes; tenha zelo pelas almas, bem como, outras virtudes, e esteja munido das qualidades requeridas para cuidar da paróquia que vai assumir (cf. cânon 521  §§ 1 e 2).

No mais, o Pároco goza de certa estabilidade no cargo, por isso, em princípio deve ser nomeado por tempo indeterminado, porém, o Bispo diocesano pode nomeá-lo por tempo determinado. No caso do Brasil, apoiado na lei complementar da CNBB ao cânon 522, que diz: “1. O pároco goza de verdadeira estabilidade, por isso, seja nomeado por tempo indefinido. 2. Havendo razão justa, pode o Bispo diocesano nomear párocos por período determinado, não inferior a seis anos, sempre renovável”.

Em geral, o Bispo diocesano nomeia livremente o Pároco, a não ser no caso de que alguém tenha o direito de apresentação ou eleição ou que se trate de religioso ou membro de uma sociedade de vida apostólica, em cujo caso deverá contar pelo menos com o consentimento do legítimo superior (cf. cânones 523, 682 § 2 e 738 § 2). Na verdade, a nomeação é sempre de competência do Bispo diocesano.

Cada Paróquia deve ser confiada a um único Pároco, salvo o caso de escassez de Sacerdotes quando mais de uma Paróquia pode ser entregue aos cuidados de um único Sacerdote domo Pároco (cf. cânon 526).

O poder para o exercício da função de Pároco começa com a tomada de posse. Esta é concedida pelo Ordinário local, no nosso caso, o Bispo ou Vigário geral ou um sacerdote delegado.

Uma vez validamente empossado, o Pároco assume diversas obrigações prescritas pela lei canônica, entre elas, a pregação da Palavra de Deus, especialmente por meio da homilia que é obrigatória nos domingos e festas de preceito; fazer da Eucaristia o centro da vida paroquial; a formação dos fiéis, sobretudo catequética; reconhecer e promover a missão própria dos leigos; conhecer e visitar as famílias, especialmente em seus momentos de dor; cuidar da administração dos bens da Paróquia junto com o conselho econômico; cooperar com o Bispo e outros sacerdotes da Diocese; residir na casa paroquial, salvo permissão do Ordinário local (cf. cânon 533 § 1); aplicar Missa pelo povo nos domingos e festas de preceito, sem receber espórtula; cuidar que as devidas anotações sejam feitas nos livros paroquiais, entre outras.

O cargo cessa por destituição, um processo feito conforme o caso e como rege a lei canônica; por transferência ou por renúncia aceita pelo Bispo. Vale lembrar que ao completar 75 anos de idade, o Pároco é solicitado a apresentar sua renúncia do cargo. Após isso, ele deverá viver de sua aposentadoria, caso não consiga, a Diocese na caridade precisa ver como mantê-lo.

À guisa de conclusão, vemos que faz bem recordar que o Pároco e qualquer outro Sacerdote é, antes de tudo, uma pessoa humana, portadora de qualidades e defeitos e, como tal, não é igual ao outro. É preciso que os paroquianos tenham sempre presente esta compreensão e na sua Paróquia possa acolher de bom grado qualquer Sacerdote que for investido deste encargo, sem fazer “acepção sacerdotal”. É verdade que o Sacerdote para assumir determinada Paróquia precisa ter aptidão e jeito para aquela realidade concreta; porém, é igualmente verídico que o sacerdote é um escolhido de Deus que o chamou, elegeu e o envolveu de capacidade para cumprir sua missão. Rezemos pelos nossos sacerdotes!

Picos(PI), 1º de setembro de 2011.

Pe. João Pereira de Sousa

Vigário Judicial da Diocese de Picos

FONTE – dp15.com

27 de agosto de 2011

Quanto tempo pode durar um casamento?

Aconselho a leitura/meditação do artigo de Dom Redovino Rizzardo, cs, Bispo de Dourados – MS, sobre o casamento. A maneira com a qual o prelado discorre sobre o tema ajuda-nos a compreender porque tantos casais não conseguem permanecer juntos.

Aliança eterna

Quando tempo pode durar o casamento? Ou ainda, quando é que ele começa a desmoronar? Até há pouco, pensava-se que as primeiras crises chegassem depois de sete anos de “feliz” convivência. Em seguida, o tempo se abreviou, e o prazo de sua validade foi reduzido para cinco anos. Ultimamente, um levantamento feito pela Universidade de Wisconsin, nos Estados Unidos, com aproximadamente 10.000 casais, descobriu que o amor não sobrevive mais de três anos – dado que coincide com outro estudo feito no Reino Unido, entre 2.000 casais.

«Paixão eterna só existe na ficção», afirma o psicólogo Bernardo Jablonksi, autor do livro: "Até que a vida nos separe: a crise do casamento contemporâneo”. Contudo, as diversas separações que ele atravessou podem provir do fato de ter identificado o amor com a emoção: «Na paixão, você sofre, deixa de se alimentar, não consegue dormir. Não poder durar!».

Dessa confusão não escapa outro psicólogo de renome, Aílton Amélio. Fundamentado no princípio de que tudo na vida precisa ser alimentado para não morrer, ele conclui: «O amor pode terminar, porque precisa ser nutrido por fatos. É como andar de motocicleta: se parar, cai».

Como já se tornou lugar comum afirmar, amor é a palavra mais inflacionada do planeta. Diz tudo e não diz nada! Pode ocultar um egoísmo tão atroz que seu fruto é o desespero e a morte.

Contudo, para os cristãos, sua realidade resplandece como o sol. Quem encontrou seu pleno significado foi o evangelista São João. Por que ele é o único dos apóstolos que, por mais vezes, se declara o “discípulo amado” por Jesus? A resposta é simples e... deslumbrante: porque foi ele quem escreveu a página mais comovedora da Bíblia e fez a descoberta mais revolucionária da história: «Deus é amor. Quem permanece no amor permanece em Deus, e Deus permanece nele» (1Jo 4,16).

Mas, o que é o amor? Eis a resposta de São João: « Nisto se manifestou o amor de Deus para conosco: em nos ter enviado ao mundo o seu Filho único, para que vivamos por ele. O amor consiste no seguinte: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi ele que nos amou e nos enviou o seu Filho para nos libertar de nossos pecados» (1Jo 4,9-10).

O Quanto dura o Casamento

Para São João, amar é dar o que de melhor existe no coração humano – sem dúvida, fruto do sacrifício – para que a pessoa que está ao lado tenha uma vida digna e plena. Assim como faz Deus, que oferece o que de mais precioso tem: seu filho Jesus.  Amar é sair de si mesmo, é esvaziar-se de seus interesses para que o outro se liberte e se promova, em seu sentido mais verdadeiro e profundo. Por isso, o amor exige autodomínio e heroísmo, ao pedir que nos coloquemos diante de cada pessoa sem levar em conta as emoções, as mágoas, os apegos e os preconceitos que se aninham em nosso coração. Amar é tomar sempre a iniciativa: «Não fomos nós que amamos a Deus, mas foi ele que nos amou e enviou o seu Filho».

O amor humano, embora bonito, misterioso e arrebatador, não é suficiente para preencher o espírito humano. Se é indispensável para iniciar um casamento, é insuficiente para mantê-lo de pé a vida inteira: «O fato de sermos amados por Deus enche-nos de alegria. O amor humano encontra sua plenitude quando participa do amor divino, do amor de Jesus que se entrega solidariamente por nós em seu amor pleno até o fim» (Documento de Aparecida, 117).

O que pode acabar – às vezes, com uma rapidez tão espantosa que se transforma em seu contrário – é a emoção, o sentimento, a emotividade. Mas o amor verdadeiro nunca termina, simplesmente porque se identifica com Deus. Nessa simbiose divina, ele passa a ter a fisionomia de Deus: paciente e prestativo, humilde e perseverante, misericordioso e gratuito: “Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta”(Cf. 1Cor 13,4-7).

27 de julho de 2011

“HONRAR O MÉDICO” Ecl 38, 1-15

Palavra do Padre - Flavio Santiago_thumb[3]Inicio a reflexão tecendo um pequeno comentário a respeito da palavra “conhecer”. Encontramos a palavra conhecer, com variações de pronuncia, em todas as línguas decorrentes do latim. Vejamos alguns exemplos: francês: connaître; no italiano: conoscere; no espanhol: conocer. Em todas essas línguas a palavra conhecer designa o fato de que a pessoa, usando as suas faculdades intelectivas, se apossa intelectualmente da essência de um objeto ou obtém informações sobre uma realidade especifica. Por exemplo: os médicos conhecem o corpo de modo geral e também uma parte do corpo, quando se especializam. Entretanto, na língua francesa, a palavra conhecer - connaître, além dos significados anteriormente mencionados, apresenta-se com uma nota particular. Conhecer indica também a união da mente que conhece com o objeto, com a realidade ou mesmo com sujeito conhecido.

Podemos, então, inspirados na rica sinonímia francesa afirmar que aquele que conhecer e o objeto conhecido fazem parte de uma única realidade, de uma única totalidade.

Esta totalidade composta da união da mente que conhece com o objeto que é conhecido chama em causa uma terceira realidade, que é aquela que está na origem tanto do sujeito que conhece quanto do objeto conhecido. Na língua francesa esta nova realidade é designada pelo sufixo “être”, da palavra “connaître” que encontra, na língua portuguesa, o seu correspondente na palavra “ser”. Verdadeiramente ao sujeito que conhece e ao objeto conhecido foi dada a oportunidade de serem, isto é, de existirem, já que não possuem em si mesmos a razão de suas origens.

Esta breve incursão no étimo da palavra “conhecer” nos oferece inspiração para que melhor compreendamos os textos bíblicos que escutamos nesta noite, sobretudo a 1ª leitura. Vejamos:

O texto do eclesiástico começa convidando os seus leitores a “honrar o médico”. Porém este não deve ser honrado por si mesmo, mais pelo fato de que nele e nas atividades por ele desenvolvidos nós encontramos os sinais de Deus – vestigi Dei –. O médico é necessário, pois por meio dele a sabedoria de Deus é distribuída aos demais homens e mulheres. Em suma: no médico e na atividade que este realiza nós encontramos Deus e a sua atividade incessante em favor da criatura humana.

A consciência desta dependência fundamental entre o profissional da saúde e Deus é necessária para evitar que estes mesmos profissionais se auto-deifiquem e terminem por advogar para si total liberdade na manipulação de fármacos, no desenvolvimento de técnicas ou de procedimentos terapêuticos que podem comprometer a integridade da pessoa que se encontra sob sua responsabilidade, vivendo um processo de cura. Não é demais recordar que recentemente os meios de comunicação denunciaram comportamentos e práticas de profissionais da saúde, particularmente aqueles ligados ao campo da reprodução humana, que extrapolando os limites impostos pelos códigos de conduta médica terminaram, infelizmente, vilipendiando a dignidade humana de seus pacientes.

A bela página bíblica que extraímos do Livro do Eclesiástico nos faz recordar, ainda, que a medicina somente encontra o seu sentido se for capaz de minonar o sofrimento, seja psicológico ou físico, do outro e da outra. Diz o texto: “o médico acalma a dor e a saúde se difundirá sobre a terra”. O corpo dilacerado é antítese de Deus – “dia-bolo” – por isso os fármacos, os ungüentos para ajudar este mesmo corpo a recuperar a condição original que pode vir a perder pela doença. O corpo saudável é um símbolo da presença de Deus. Como não podemos ver neste ensinamento do primeiro testamento a dimensão social da atividade médica que não nos deixa esquecer que atualmente, na América Latina, 200 milhões de pessoas carecem de acesso regular e oportuno aos serviços de saúde devido a localização geográfica, barreiras econômicas ou ausência de centros assistenciais. É imperioso que recordemos sempre que a “saúde é um direto de todos” e portanto, nos comprometamos na efetivação do artigo 196 da nossa Constituição.

Por fim, os versos finais do texto que estamos comentando chama a atenção para um tipo de patologia que normalmente não aparece nos diagnósticos médicos: o pecado. Encontramos ai uma concepção integral da pessoa humana. Ela não é apenas corpo, mais é também psique. O seu bem estar não pode somente se resumir ao físico mais deve também considerar outras dimensões da vida humana, como a moral, a estética, a religiosa. É necessário que os profissionais de saúde superem um modo de ser que os configura como operadores de técnicas, decifradores de exames, executores de rotinas, manuais e procedimentos para desenvolver uma sensibilidade que lhes torna aptos a se aproximarem do outro vivendo, assim, a lógica da cordialidade e do acolhimento.

21 de julho de 2011

Sobre o Amor

Vamos dedicar a nossa meditação ao capítulo 13, da Carta aos Coríntios, onde encontramos o célebre hino de São Paulo a caridade. Caridade é uma expressão religiosa para significar amor. O texto em evidencia, portanto, é um hino ao amor, talvez o mais célebre e sublime que já tenha sido escrito.

Palavra do Padre - Flavio Santiago

Quando o cristianismo aparece no mundo, o amor já tinha sido cantado por diversos poetas e cantores. O mais ilustre deles é o filósofo Platão que escreveu sobre esse um tratado (Fédon). Para o pensamento antigo, sobretudo o de origem grega, o nome comum do amor era “eros” ( daí vem o nome erotismo, erótico). O cristianismo sentiu que o amor passional, constituído de busca e de desejo era insuficiente para exprimir toda a riqueza do ensinamento bíblico. Por isso evitou o termo eros, substituindo-o pela palavra “ágape”, que poderíamos traduzir pela expressão caridade, mesmo que esta palavra tenha hoje um significado muito restrito (fazer caridade, obras de caridade).

A diferença principal entre os dois amores é esta: o amor de desejo ou erótico é exclusivo. Acontece entre duas pessoas e a intromissão de uma terceira pessoa significaria o seu fim, sua traição. As vezes, acontece, por exemplo, na vida de um casal que a chegada de um filho termina por provocar uma crise no matrimônio. O amor de doação, oblativo, ágape, ao contrário, abraça a todos e não pode excluir nenhuma, pessoa, nem mesmo os inimigos (amai os vossos inimigos, Deus faz chover sobre os bons e os maus, ensina Jesus). A fórmula clássica do amor erótico nós encontramos nos lábios dos namorados, quando um diz para o outro: eu te amo. A fórmula clássica da caridade encontramos nas palavras de Jesus que ensinou: “come eu os amei, assim amai uns aos outros. Este é um amor feito para circular, para expandir-se. Uma outra diferença é esta: o amor erótico, na sua forma mais típica, é o enamoramento. Este, por sua natureza, não dura eternamente, ou dura somente se houver mudança sucessivas da pessoa que o recebe. Quero dizer: que a pessoa tem a necessidade de se enamorar constantemente. Da caridade, conforme Paulo ensina: é a única realidade que permanece eternamente, mesmo depois que termina a fé e a esperança.

Entre os dois amores – aquele de desejo, busca e o doação, oblação -, não tem separação e nem contraposição, mais existe, sobretudo, desenvolvimento, crescimento, aperfeiçoamente. O primeiro amor, aquele erótico, é o ponto de partida; o segundo, a caridade, é o ponto de chegada. Entre o amor erótico e o oblativo, existe um espaço aberto para uma educação sobre e no amor e um crescimento nesse. Tomemos, por exemplo, o caso mais comum, que é o amor esposos. No amor entre dois esposos, no inicio se expressara o amor erótico, a atração, o recíproco desejo, a conquista do outro e, portanto, um certo egoísmo. Se o amor dos esposos não se esforçar por enriquecer-se, na medida em que é vivido, de uma nova dimensão, feita de gratuidade, de recíproca ternura, de capacidade de sacrificar-se a si mesmo pelo outro e projetar-se nos filhos, terminará por falir.

A mensagem de Paulo é de grande atualidade. Todo o mundo da televisão, dos filmes, dos espetáculos parece interessado em inculcar em todos, sobretudo nos jovens, que o amor se reduz ao eros e eros ao sexo. Vemos publicidade que insinuam que a vida é um idílio continuo, idílio vivido num mundo onde todos são jovens, onde não tem velhos e se tem estes são sempre felizes, num mundo onde não tem doentes e todos podem gastar o que quiserem (síndrome do cartão de crédito). Estamos, portanto, diante de uma colossal mentira, que produz expectativa desproporcionadas, que desiludem, provocam frustação, rebeldia contra a família, a sociedade e a igreja e frequentemente abrem a porta para o crime, para a vaidade.

Não podemos olvidar: a palavra de Deus quer manter aceso em nós o senso crítico diante daquilo que cotidianamente vem apresentado como verdadeiro, mais que de fato não o é.

12 de julho de 2011

“...Toda a criação sofre”

Romanos 8,22

Recordando um grande pensador da Filosofia, Pe. Marc Leclerc – S.J., que foi meu professor durante o tempo que estudei na Universidade Gregoriana, em Roma, transcrevo, porém burilando com os traços da minha subjetivada, alguns dos muitos ensinamentos do venerável mestre. Encontramos na Carta aos Romanos a dramática afirmação do apóstolo Paulo: toda a criação sofre na expectativa de ser plenificada pela revelação do Filho de Deus, Jesus Cristo. (Rm 8) Paulo, ao afirmar que a criação espera ser plenificada identifica o anelo mais profundo do coração humano: o anseio por unidade. Esta aspiração manifesta a necessidade que o homem sente de experimentar a paz consigo mesmo e com os outros, aquela paz que Santo Agostinho definia como “tranqüilidade da ordem”; porém, o homem se descobre sempre dividido: a carne e o espírito, ou então, “o corpo, a alma e o espírito”, segundo as categorias mais usuais de São Paulo. O próprio espírito, entendido no sentido estrito de intelecto, apresenta-se dividido como espírito cientifico (esprit de géométrie) e espírito humanista (sprit de finesse). Do ponto de vista moral, oscila em continuação, entre o egoísmo fundamental, com freqüência ligado ao medo, e um grande desejo de generosidade que caminha a par com a confiança.

O homem faz parte do cosmo, por isso o apostolo Paulo fala de “toda a criação”, e justamente por isso encontra-se submetido a todas as leis do mundo físico; porém, descobre em si mesmo a nostalgia da transcendência. Ele está completamente imerso no tempo, mas aspira a eternidade cuja simplicidade poderia dominar a multiplicidade temporal. Descobre-se submetido a necessidade de morrer – geme e chora, diz o Apóstolo Paulo -, no entanto a morte parece-lhe contra a natureza: quer a sua, quer a muito dolorosa do ser amado. Porém, não renuncia a vontade de amar além da morte – esperamos a redenção, ensina Paulo.

Encontramos, no fragmento do capítulo 8 da Carta de Paulo aos Romanos, a identificação das duas maiores realidades, e mais universais da nossa vida humana, o amor e a morte. O Cântico dos Cânticos e toda revelação bíblica garantem-nos que o amor é mais forte do que a morte. Mesmo que todas as aparências nos parecem contrarias a este dado da fé católica. Para resumir toda a complexidade de nossa vida, Blaise Pascal, num famoso fragmento dos seus pensamentos, mostra-nos participante de três esferas diferentes, três ordens de realidade diversas, que divergem infinitamente uma da outra: a carne, o intelecto e a caridade. Não bastam as duas primeiras para nos definir. Só a caridade dá sentido a tudo, e permanece, como dom sobrenatural, além da morte.

5 de julho de 2011

“Sereis Pescadores de Homens”

Pe. Flávio Santiago

Vivenciando as alegrias da ordenação sacerdotal do Diac. Francisco de Assis vale meditar sobre o chamado vocacional dos primeiros seguidores de Jesus, observando a dinâmica do evangelho de São Lucas. O evangelho de São Marcos coloca o chamado dos primeiros discípulos depois do inicio do ministério público de Jesus (Mc 1, 16-20). Lucas o coloca depois que a fama de Jesus se espalha por toda a região (Lc 4,14). Jesus havia curado muitas pessoas (Lc 4,40) e também pregado nas sinagogas de muitos povoados (Lc 4,44). O povo o procurava e a multidão vinha de toda a parte para escuta-lo falar sobre a palavra de Deus (Lc 5,1). Lucas descreve o chamado com muitos detalhes. Vejamos alguns: em primeiro lugar Pedro escuta a palavra que Jesus dirige as pessoas que o procuram e, logo em seguida, ele é testemunha da pesca milagrosa. Somente depois destas surpreendentes experiências é que Pedro compreende o chamado de Jesus. Ele responde: deixa tudo e se torna “pescador de homem”.

Lucas 5, 1-13 – Jesus ensina da barca: O povo procura Jesus para escutar a Palavra de Deus. Muitas são as pessoas que se reúnem em torno de Jesus. Jesus procura a ajuda de Simão Pedro e de seus companheiros que haviam retornado da pesca. Entra na barca com eles e responde a expectativa das pessoas que o procuravam comunicando a elas as mensagens da palavra de Deus. O detalhe: Jesus senta-se. Ele assume o comportamento de um mestre e fala da barca de um pescador. A novidade consiste no fato de que Ele ensina não apenas na sinagoga, para um público escolhido, mais em qualquer lugar onde tiver pessoas que querem escutá-lo. Até mesmo na praia!

Lc 5, 4-5: Por causa da tua palavra lançarei as redes: Jesus termina de instruir o povo e se dirige a Simão Pedro e o encoraja a pescar de novo. Na resposta de Simão encontramos a frustração, o cansaço e desencorajamento. “Mestre, pescamos a noite inteira e não conseguimos nada”. Mais, com confiança na palavra de Deus, joga a rede e continua a luta. A palavra de Jesus tem, para Pedro, mais força do que experiência frustrante da noite.

Lc 5, 6-7 – O resultado é surpreendente – A pesca é tão abundante que as redes quase se rompem e a barca começa a afundar. Simão Pedro tem necessidade da ajuda de João e de Tiago, que estão em uma outra barca. Ninguém consegue, sozinho, dar conta de tanto peixe nem em uma barca e nem em outra. Uma comunidade deve ajudar outra, uma pessoa deve ajudar outra. O conflito, seja no tempo de Jesus ou hoje, deve ser superado para que se alcance um objetivo comum, que é a missão. A experiência da força da palavra de Jesus transforma, é o ponto em torno da qual as diferenças se abraçam e são superadas.

Lc 5, 8-11 – Sereis pescadores de homens- A experiência da proximidade de Jesus faz Simão Pedro compreender que ele é um pecador. Pedro e os seus companheiros tem medo e, ao mesmo tempo, são atraídos pelo Mestre. Jesus exorciza o medo: “Não tenhas medo!”. Jesus chama Pedro e o torna responsável pela missão, ordenando-lhe de se tornar pescador de homem. Pedro experimenta que a palavra de Jesus é como a palavra de Deus: faz acontecer aquilo que comunica, afirma. Em Jesus aqueles rudes pescadores da Galiléia fizeram uma experiência de poder, de confiança e agora deverão deixar tudo e seguir Jesus. Até este momento era somente Jesus que anunciava a boa nova do reino. A partir deste momento outras pessoas são chamadas e também envolvidas na missão. Esta maneira de Jesus trabalhar com os demais é também para o povo boa noticia.

Ao concluirmos queremos realçar que o episódio da pesca no lago indica a força e a atração da palavra de Jesus. Palavra que atrai o povo (Lc 5,1). Estimula Pedro a oferecer a sua barca a Jesus afim de que Ele possa falar ao povo (Lc 5,3). A palavra de Jesus é tão forte que vence a resistência de Pedro e lhe dá coragem para jogar novamente às redes, e assim acontece a pesca milagrosa (Lc 5, 4-6). Vence em Pedro a vontade de afastar-se de Jesus e o faz tornar-se pescador de homens (Lc 5, 10). É assim que a palavra de Deus age em nós até hoje.

28 de junho de 2011

O Mecanismo das Tentações

Missa dos Acólitos (20)

Muita são as tentações a que o homem está submetido. Existe, porém, uma que está na raiz de todas elas, que é paradigmática. É aquela que vem descrita no capitulo 3º. do livro do Genesis, que aqui resumo: o homem e a mulher estão no jardim onde foram plantadas todas as árvores e, entre estas, duas especiais: a árvore da vida, que se encontra no centro do Édem e a árvore do conhecimento do bem e do mal que, por sua vez, se encontra em outra parte do jardim.

No sinal da árvore da vida encontramos uma clara indicação de que o homem é chamado a viver unido com o seu criador, fonte perene de sua existência. Com o sinal da árvore do conhecimento do bem e do mal temos, por sua vez, a possibilidade do homem determinar por si mesmo o que é bem e o que é o mal. O tentador, de modo sagaz, não apenas seduz a mulher mais faz irromper no seu coração uma dúvida, uma inquietação: “É verdade que Deus vos disse: ‘Não comais de nenhuma das árvores do jardim?” (Gn 3,1) A mentira é evidente! Tanto é que a mulher imediatamente se dá conta. Mais, no seu ouvido, a falsidade sibilada da serpente surte um perverso efeito, que é aquele de mudar a perspectiva com a qual ela olha o jardim, isto é, a sua posição no mundo. “Nós podemos comer do fruto das árvores do jardim. Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, Deus nos disse: ‘Não comais dele nem sequer o toqueis”. (Gn 3,2-3).

Mais a árvore que estava no meio do jardim não é a árvore da vida? E Deus não havia expressamente ordenado de que não se consumisse o seu fruto? Como se explica que Eva acrescenta a ordem de Deus o fato de que não se deveria tocá-lo? Evidentemente que as palavras da serpente atingiram a sua finalidade: a mulher percebeu que no centro de sua vida tem uma proibição, um limite. Surge, agora, para ela uma alternativa: Deus é a fonte da minha vida ou um déspota ciumento? Alguém de cuja autoridade devo liberar-me? E eu o que sou? Uma criatura amada ou um brinquedo nas mãos de Deus. A tentação que a serpente desperta é a dúvida sobre Deus a partir da consciência dos próprios limites, da própria dependência.

Os limites que tenho como criatura são espaços para que eu faça a experiência da bondade de Deus, da sua paternidade e não um cárcere no qual estou preso e, consequentemente, impedido de usar a própria liberdade. A vida humana, no seu dinamismo biológico, oferece-nos um bom exemplo: pensemos numa criança de mais ou menos três anos – tem tantos limites! Cito alguns: não pode comer sozinha, não sabe vestir-se sozinha, não pode viajar, não pode... esta dependência total ela vive em relação aos seus genitores e nem por isso a condição da criança é uma condenação, mais sim o lugar, o espaço para que ela se sinta amada.

Se faltasse a relação de confiança, de amor com o pai e a mãe imediatamente a dependência da criança seria vivida como um drama. A tentação está ligada à audição, a ausculta[1]. Os padres do deserto ensinavam aos seus discípulos que deviam interrogar os próprios pensamentos: “A cada pensamento que te aparece”, diziam, “tu perguntas: és dos nossos ou vens do inimigo? E não poderás deixar de confessa-los!”

Por fim não é demais lembrar que também Jesus foi tentado a escutar satanás e Ele somente respondeu depois de escutar o Pai. Por isso todo homem que está em Cristo deve rezar dizendo: “E não nos introduzas em tentação, mas livra-nos do Maligno”. (Mt 6,13)

Pe. Flávio

21 de junho de 2011

Como nascem as tentações

Pe Flavio Santiago

Pe. Flávio Santiago

Segundo evangelista São Mateus – cf. 4, 1s[2] – depois do batismo Jesus foi conduzido pelo Espírito ao deserto e aí passa 40 dias em contato com satanás. A urdidura redacional do autor do 1º. Evangelho permite-nos constatar, portanto, um nexo entre o batismo e a tentação. Jesus é tentado depois de emergir das águas do Jordão e também depois que escutou a voz do Pai que afirma: este é o meu filho amado, que muito me agrada (Já o evangelista São Lucas diz que em Jesus o Pai encontra o seu agrado – Cf. 3,22)[3]. Acontece, também como o antigo povo de Israel, algo semelhante: este é tentado no deserto somente depois que foi libertado da opressão e da escravidão do Egito e de ter atravessado o mar vermelho – cf. Ex 16, 1-4[4].17, 1-7[5]; Dt 9, 7-24[6] -.

A tentação irrompe na vida de Jesus no momento em que Ele começa a olhar a própria vida como uma missão, como uma vocação, como uma resposta ao chamado do Pai. É significativo o fato de que o tentador, para desviar Jesus da sua missão, profere justamente as palavras que foram ditas pelo Pai: Disse-lhe o diabo: «Se és Filho de Deus...» (Lc 4,3). É verdade que a experiência da tentação somente começa quando se inicia a grande luta da vida; somente quando nos colocamos em relação com o autor da vida.

Enquanto permanecermos no cárcere dos nossos projetos pessoais, nas malhas da nossa auto-suficiência não nos confrontaremos com o adversário. Somente quando se deixa a própria “pátria” e nos encaminhamos para a “terra” que o Senhor nos promete é que se inicia a grande luta, o grande combate. Ajuda-nos a bem compreender esta situação a recordação de um diálogo vivenciado entre um jovem monge, que vivia no monte Athos, e o seu mestre espiritual. O discípulo acorre ao seu diretor confessando-lhe de que está sendo tentado e o ancião lhe responde: Tu não estás sendo tentado. Tu já és todo do inimigo. Satanás tenta Abraão, tenta Moisés, tenta Jeremias.

Por isto, o autor do livro de Siracide afirma: Meu filho, se entrares para o serviço de Deus, prepara a tua alma para a provação. (Eclo 2, 1) Santo Agostinho, no famoso discurso aos pastores, repreende os pastores negligentes que não preparam para a provação àqueles que queriam tornar-se cristãos: Que tipo de pastores são aqueles que, temendo de ofender as ovelhas, não apenas não lhes prepara para as tentações futuras mais terminam por lhes prometer a felicidade deste mundo, felicidade que nem mesmo o próprio Deus prometeu[7].

Se esta é a condição de quem é chamado a seguir Cristo compreende-se, então, porque na tradição cristã, a linguagem que freqüentemente usamos chama em causa a idéia de luta, de combate. Existe um desafio para o homem e também existe um homicida, um assassino da vida, um mentiroso. Resta, porém, saber se este inimigo existe realmente e onde se encontra. Certamente não é fácil tomar consciência da existência deste e por isso o evangelho de Lucas nos apresenta a figura da velha que clama por justiça e não para de gritar ao juiz: faz-me justiça contra o meu adversário.[8] A anciã a qual faz referência o autor do 3º. Evangelho é uma mulher que tem um território para defender, um espaço para reconquistar, pois alguém usurpou o local onde habitava.

O agressor insidiou a existência da velha senhora. Insidia[9] é uma palavra interessante. Alguém se sentou no teu lugar. Existe um inimigo que deseja eliminar-te do teu lugar na vida, da tua vocação e justamente por isso te faz desejar ir e ocupar outro espaço. É neste nível que se desenvolve a batalha que, como nos ensina o apóstolo Paulo, não é contra a criatura de sangue e carne. Isto é: um colega, um formador, minha família, um rapaz que me atrai. O verdadeiro combate é sempre interior, pois ele se ubica no meu coração. Lugar onde deixei que entrassem as trevas e a mentira. Enquanto o homem não descobre que a verdadeira luta se dá nesta arena o combate é inútil.

É evidente que para uma guerra deste tipo são necessárias armas especiais: acontece, geralmente, que os recursos que muitas vezes utilizamos para defender o que temos como importante não são os mais adequados. No caso do combate espiritual somente serve a armadura[10] que foi preparada pelo próprio Deus: Enfim, fortalecei-vos no

Senhor, no poder de sua força; revesti-vos da armadura de Deus, para que possais resistir às ciladas do diabo. Pois a nossa luta não é contra o sangue e a carne, mas contra os principados, as potestades, os dominadores deste mundo tenebroso, os espíritos malignos espalhados pelo espaço. Por isso, protegei-vos com a armadura de Deus, a fim de que possais resistir no dia mau, e assim, empregando todos os meios, continueis firmes. Ficai, pois, de prontidão, tendo a verdade como cinturão, a justiça como couraça e os pés calçados com o zelo em anunciar a Boa-Nova da paz. Em todas as circunstâncias, empunhai o escudo da fé, com o qual podereis apagar todas as flechas incendiadas do Maligno. Enfim, ponde o capacete da salvação e empunhai a espada do Espírito, que é a palavra de Deus. Com toda sorte de preces e súplicas, orai constantemente no Espírito. Prestai vigilante atenção neste ponto, intercedendo por todos os santos.[1]

[1] Inspirado em Come nascono le tentazioni, artigo de autoria de Don Andrea Campisi, publicado no Il nuovo gionale, informativo da Diocese de Piacenza-Bobbio, edição do dia 12 de fevereiro de 2010

[2] Jesus tentado no deserto (Mc 1,12-13; Lc 4,1-13) - 1Então, o Espírito conduziu Jesus ao deserto, a fim de ser tentado pelo diabo. 2Jejuou durante quarenta dias e quarenta noites e, por fim, teve fome.

[3] Batismo de Jesus (Mt 3,13-17; Mc 1,9-11; Jo 1,31-34) - 21Todo o povo tinha sido batizado; tendo Jesus sido batizado também, e estando em oração, o Céu rasgou-se 22e o Espírito Santo desceu sobre Ele em forma corpórea, como uma pomba. E do Céu veio uma voz: «Tu és o meu Filho muito amado; em ti pus todo o meu agrado.»

[4] O maná e as codornizes (Nm 11,1-15.31-34; Sl 78,23-29; Sb 16,20-29; Jo 6,26-58) - 1Partiram de Elim e toda a comunidade dos filhos de Israel chegou ao deserto de Sin, que está entre Elim e o Sinai, no décimo quinto dia do segundo mês, após a sua saída da terra do Egito. 2 Toda a comunidade dos filhos de Israel murmurou contra Moisés e Aarão no deserto. 3 Os filhos de Israel disseram-lhes: «Quem dera que tivéssemos morrido pela mão do SENHOR na terra do Egito, quando estávamos descansados junto da panela de carne, quando comíamos com fartura! Mas vós fizestes-nos sair para este deserto para fazer morrer de fome toda esta assembleia!» 4O SENHOR disse a Moisés: «Eis que vou fazer chover do céu pão para vós. O povo sairá e recolherá em cada dia a porção de um dia. Isto é para o pôr à prova e ver se andará, ou não, na minha lei.

[5] A água da rocha (Nm 20,1-13; Sl 95,8-11; 106,32) - 1Toda a comunidade dos filhos de Israel partiu do deserto de Sin para as suas etapas, segundo a palavra do SENHOR. Eles acamparam em Refidim, mas não havia água para o povo beber.2O povo litigou com Moisés, e disse: «Dá-nos água para beber.» Disse-lhes Moisés: «Porque litigais comigo? Porque pondes o SENHOR à prova?»
3Ali o povo teve sede de água, e murmurou contra Moisés, dizendo: «Porque nos fizeste subir do Egipto para nos fazer morrer à sede, a nós, aos nossos filhos e ao nosso gado?» 4Moisés clamou ao SENHOR, dizendo: «Que farei a este povo? Mais um pouco e vão apedrejar-me.»
5O SENHOR disse a Moisés: «Passa diante do povo e toma contigo alguns anciãos de Israel; e leva na tua mão a vara com que feriste o rio, e vai. 6*Eis que estarei diante de ti, lá, sobre a rocha no Horeb. Tu ferirás a rocha e dela sairá água, e o povo beberá.» Assim fez Moisés diante dos anciãos de Israel.7*Ele deu àquele lugar o nome de Massá e Meribá, por causa do litígio dos filhos de Israel, e por terem posto o SENHOR à prova, dizendo: «Está o SENHOR no meio de nós ou não?»

[6] 7Lembra-te, não esqueças que desgostaste o SENHOR, teu Deus, no deserto, desde o dia em que saíste da terra do Egipto até chegares a este lugar, revoltando-te contra o SENHOR! 8Até no Horeb, desgostaste o SENHOR, e o SENHOR irritou-se contra ti, a ponto de te querer destruir.» (...) Aliança do Horeb (Nm 11,1-34; 14,13-19) - 9*«Quando subi à montanha para receber as tábuas de pedra, as tábuas da aliança que o SENHOR fez convosco, permaneci na montanha quarenta dias e quarenta noites, sem comer pão nem beber água.

[7] Santo Agostinho, Dal "Discorso sui pastori", (Disc. 46, 10-11; CCL 41, 536-538)

[8] Lc 18,3

[9] Etimologia da palalvra “insidia”

[10] A armadura de Deus (6:14-20): O cinto (6:14). A verdade (a palavra de Deus veja João 17:17) precisa ser embrulhada ao centro do nosso ser para segurar todas as coisas. Sem o cinto da verdade, a armadura se desmancha. A couraça (6:14). O coração é protegido pela justiça de Deus, que é revelada no evangelho (veja Romanos 1:17). O cristão que vive segundo o evangelho está protegendo seu coração do mal. Os calçados (6:15). Quando convertido pelo evangelho da paz, o inimigo se torna aliado. Quanto mais aliados, menos os inimigos, fica mais fácil vencer a batalha. Pregando o evangelho da paz salva vidas da destruição da batalha. O escudo (6:16). A fé é o escudo do cristão contra "todos os dardos inflamados do Maligno".  Tudo pode ser vencido em Cristo (veja Filipenses 4:13), através da fé verdadeira que foi uma vez por todas entregue por ele (veja 4:4; Judas 3). A espada (6:17). A única arma ofensiva que o cristão precisa é a palavra de Deus (veja Hebreus 4:12; João 12:48; Apocalipse 1:16; 19:15). Para ganhar uma batalha espiritual, temos que falar a palavra espiritual de Deus, e não a palavra carnal dos homens.

16 de junho de 2011

Quinze anos de vida sacerdotal do Padre Flavio

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Aconteceu na quinta - feira dia 09 de junho a comemoração dos 15 anos de vida sacerdotal do padre Flavio Santiago na paróquia são Francisco de Assis no bairro junco, com inicio com uma missa as 19:00 e em seguida com a comunidade e paroquianos no salão paróquia com uma confraternização ,com presença do bispo diocesano e padres da diocese ,

Segundo padre Flávio o seu maior desafio como padre foi levar as pessoas a transformar e a melhorar a vida e ser fiel, também a Jesus no mundo carregado de tantas contradições e de tantos desafios que muitas vezes querem inibir que continuemos dando testemunho de adoração a Jesus e no seu projeto

e ainda segundo padre Flávio Santiago que fala do inicio ,desafios e ao chamado a vida sacerdotal em entrevista com jucelma Sales da pastoral da cominação paroquial

Entrevista

QUANDO SENTIU O CHAMADO PARA A VIDA SACERDOTAL?

PADRE FLAVIO – Eu cresci nessa Paróquia participando dos grupos da catequese, grupo de jovens sendo acompanhado pelas as Irmãs, ao desenvolver da minha vocação foi uma continuação da minha inserção nessa já comunidade da minha vida da comunidade do junco, fui amadurecendo até decidir entrar no seminário no ano de 85.

COMO FOI O APOIO DA FAMÍLIA QUANDO VOCÊ DECIDIU SEGUIR A VOCAÇÃO DO SACERDÓCIO?

PADRE FLAVIO - inicialmente os meus pais não foram muito favoráveis não,mas depois da continuação do seminário e a confirmação da vocação aderiram de maneira muito entusiasmada a minha caminhada ,e uma prova minha família me apóia em todos os momentos da minha vida ,sempre estão presente .

SE TIVESSE QUE EXPLICAR UM JOVEM A BELEZA DO SACERTOCIO O QUE DIRIA?

PADRE FLAVIO – minha própria vida, sou muito contente por ser Padre, e não me arrependo se tivesse que voltar do inicio faria tudo de novo

QUAL A MENSAGEM QUE O SENHOR DEIXA PARA OS PAROQUIANOS DA PARAQUIA DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS?

PADRE FAVIO – Agradeço o povo de Deus da paróquia que caminha comigo e peço que continuemos caminhar juntos e o que o senhor ,e que o senhor nos reserva muitos bons frutos