5 de julho de 2012

O PAI MISERICORDIOSO E SEUS DOIS FILHOS

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A narração do Evangelho de São Lucas cap. 15, 11-32, nos surpreende e nos mostra a dinâmica do Reino, baseado na misericórdia de Deus. O termo misericórdia vem do latim e significa misérias do coração. Sempre suplicamos a Deus, ou seja, a nosso Pai do céu pedindo a Sua misericórdia para conosco. Nesta narração do evangelho somos surpreendidos justamente com a misericórdia do Pai em acolher seu filho, e a ausência de misericórdia no filho mais velho ao receber seu irmão mais novo.

Jesus conta essa parábola para enfatizar vários elementos essenciais que nos fazem refletir a aproximação de Deus para conosco. Uma família, composta de um Pai supostamente viúvo, que cuida de seus dois filhos um mais novo, mas já em idade de sair de casa, então supostamente adolescente e o outro mais velho, supostamente já adulto e mais maduro. Como qualquer adolescente, o filho mais jovem, tem sonhos, projetos, perspectivas até diferentes em relação ao seu pai. E imbuído de desejos e vontades esse jovem adolescente pede ao seu pai a herança que lhe é devida para poder sair da casa do pai e se lançar em outras águas da vida.

O Pai desse jovem compreendeu sua situação e deu-lhe a parte da herança que lhe cabia, pois como era órfão de mãe, o jovem tinha direito na herança materna. E com dinheiro o jovem sai de casa, ao encontro daquilo que lhe proporcionaria prazer temporário, esbanjando tudo em uma vida desenfreada. Com o passar do tempo a herança se esvai toda, e o jovem começa a procurar emprego para se sustentar, mas não encontra e passa por muitas e muitas necessidades, chegando ao ponto de não ter nem o que comer. A situação fica tão difícil que o jovem deseja comer até a lavagem dos porcos, e nem isso ele consegue.

No versículo 17, vemos de forma clara e exata como se dá o processo de conversão de um sujeito, aqui retratado no jovem. Esse processo se dá através da tomada de consciência : “ E caindo em si disse...”. O processo de cair em si, faz com que tanto o jovem como nós observemos realmente a ação do pecado, que tem a função de afastar da casa do Pai, contudo, nos faz perceber que devemos sempre retornar a casa paterna.

Penso que aquele Pai ficava a esperar todos os dias pelo seu filho. Imagino até aquele Pai que ao entardecer de vários dias ia até a portera de sua roça e ficava alguns minutos, ou ate horas esperando o retorno de seu filho amado. E quão não foi a festa em seu coração quando avistou seu filho retornando? O pai sente compaixão, sai correndo, o abraça e o cobre de beijos. Em seguida fala para os empregados trazerem a melhor túnica para vestir seu filho e pede para colocarem um anel no dedo e sandálias nos pés de seu filho. E por fim fez uma festa para comemorar o retorno de seu filho.

Talvez o que o filho mais velho não tenha compreendido é que a alegria do Pai em ver o seu filho vivo foi imensamente maior do que as burradas cometidas pelo filho mais jovem. O filho mais velho optou por ter uma vida permanente ao lado do Pai. Tinha uma vida de trabalho e de amor, de carinho e de dedicação, contudo não entendeu que seu irmão estava necessitando daquilo que ele tinha todos os dias.

A misericórdia encontrada no coração do Pai, é o que diferencia a atitude do filho mais velho, que ainda não tinha tomado consciência de que o amor e o retorno para a casa do Pai é o essencial.

Bendito e louvado seja Deus, porque o filho mais velho esteve sempre ao lado de seu Pai e que, quem sabe depois desse episodio, do retorno de seu irmão ele não tenha aprendido a lição...? e bendito seja Deus pela atitude do filho mais novo, que tomou consciência e retornou a casa do Pai, pelo amor e pela dor de estar desamparado.

Assim somos nós, filhos de Deus e pertencentes ora a uma mentalidade de filhos mais jovens, em querer sair e abandonar o Pai para ficar com os “ prazeres passageiros”, ou participantes da mentalidade do filho mais velho que prezo em seu egoísmo, não aceitou de inicio o retorno de seu irmão mais jovem, pois este havia errado. Deus é por essência amor, como diz a carta de São João: “Deus é amor”. E onde está o amor está à misericórdia de Deus, pronto para perdoar e acolher seus filhos desgarrados.

 

 

 

ORAÇÃO

DEUS DE BONDADE, NÓS VOS AGRADECEMOS POR MANDAR TEU FILHO AMADO EM NOSSO MEIO, E PEDIMOS AS GRAÇAS ABUNDANTES PARA PODERMOS SEMPRE SUPERAR AS DIFICULDADES QUE NOS SÃO APRESENTADAS, E QUE ASSIM COMO O FILHO MAIS JOVEM TEVE A CORAGEM DE VOLTAR A CASA PATERNA, PEDIMOS ESSA GRAÇA DE RETORNAR SEMPRE A CASA SUA CASA SENHOR QUE NOS AMA INCONDICIONALMENTE. AMÉM.

 

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RICARDO DE MOURA BORGES – FORMADO EM FILOSOFIA PELO ICESPI E ATUALMENTE CURSANDO HISTÓRIA NA UFPI.

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