A morte é um momento em que incomoda a nossa
existência, nos trazendo angustia, medo e reflexão. Os discípulos de Jesus ao
verem a crucificação do mestre, ficaram cheios de medo, pavor, e muito triste.
Mas eis que Cristo vence a morte, e nos convida para uma vida nova. Neste breve
texto iremos refletir sobre dois pontos: primeiro sobre quem é Cristo em nossa
vida e como Ele nos traz o anúncio de uma vida nova, que vence a barreira da
morte; em um segundo momento nos indagamos quem são as pessoas de nossas vidas
que nos trazem ressurreição, ou seja, quem são as pessoas que agradecemos
constantemente pela sua existência, por serem portas anunciadoras do Cristo
Ressuscitado em nossas vidas.
Os evangelhos nos apresentam a cena da
Ressurreição como um momento único, impactante e que reacende a esperança dos
discípulos. A igreja celebra a Paixão, morte e ressurreição do Senhor, e nos
convida a reacendermos as nossas motivações internas e externas, tendo em vista
que Cristo após a Ressurreição nos garantiu que enviaria o Espírito Paraclito,
o advogado intercessor. Por isso, que celebrar a Páscoa de Jesus se dá num
período de cinquenta dias, que é a quantidade de dias em que houve o
Pentecostes, ou seja, a descida do Espírito Santo sobre Maria e os Apóstolos no
cenáculo. Aqui abrimos um parênteses, onde em nossa crisma recebemos os dons do
Espirito Santo de Deus.
O nosso processo de catequese é continuo onde
Jesus se faz presente cada dia em nossas vidas, a partir de nossos momentos
mais felizes, como nos momentos angustiantes de nosso existir. A pergunta sobre
quem é Jesus em nossas vidas, é central nos evangelhos. O evangelho de Marcos,
pontua essa questão como a central, e assim atualizamos para a nossa vida
hodierna, onde diante da vida, colocamos Jesus como centro e fonte de nosso
existir. Na instituição Igreja, recebemos a catequese, participamos das
celebrações e recebemos os sacramentos, onde o fator oração pessoal e o
verdadeiro encontro com Jesus se faz de fundamental importância. É este convite
que Cristo nos faz em cada passagem do Evangelho, convidando-nos a Segui-lo.
Muitas das vezes, confundimos o seguimento,
como se fosse apenas algo separado do nosso trabalho, família, amigos e outros
meios sociais, separando-se de tudo e de todos e morando em um mosteiro
isolado. Mas a missão em que Cristo nos convida é justamente de procura-lo
constantemente, em todos os meios sociais em que vivemos. Salientamos que a
vocação de separa-se e viver uma vida de inteira entrega é louvável e
fundamental, tendo em vista que temos a vocação sacerdotal, ou de irmãos
consagrados ao Senhor, mas inteiramos que em nossas humildes comunidades e
espaços sociais diversos, somos convidados a sermos sal e luz do mundo.
Neste domingo de Páscoa, uma das reflexões
que sobreveio a mente foi: quem são as pessoas que são sinal de ressurreição de
Cristo em nossas vidas? Ora, é uma pergunta muito profunda, tendo em vista que
Jesus não é alguém distante de nossa realidade, mas que faz parte de nosso
existir. Somos imbuídos de fé, esperança e desejo de experimentar as glórias da
ressurreição. Sendo pecadores, temos medo, angustias, aflições, nos alegramos
ou nos felicitamos com coisas supérfluas, mas no fim das contas, temos um
desejo que paira em nosso interior que se dobra ao desconhecido, eis a busca
pelo Senhor, e pelo sentido da vida.
Deus ao resgatar o ser humano do pecado,
entregou seu filho único para nos resgatar do pecado. Nascemos com o pecado
original dado por Adão, e Cristo é o novo Adão que assumiu a condição humana e
se igualou a nós, menos no pecado. Portanto, Deus se fez homem, morou em uma
região geográfica, teve uma família, amigos, trabalho e assumiu a missão de
pregar a boa nova e nos convidar ao Reino de Deus. Assim refletimos, quem são
aqueles que ao nosso redor nos causam momentos de ressurreição frente a morte
(arrependimento de nossos pecados). Poderíamos citar inúmeras pessoas que são
instrumentos de Deus e nos motivam fervorosamente para assumir a Cruz de Cristo
e não parar apenas no calvário, mas buscar uma vida nova em Cristo.
Desta maneira salientamos o quanto em nossa
fragilidade, temos o amor de Deus que se faz presente em nosso breve existir, e
que o convite a mudança e a passagem da morte para a ressurreição é constante
em nossa vida. Não somos nem só erros como acertos, mas Cristo nos chama
constantemente a fazermos um encontro pessoal com Ele, a fim de agradecermos
constantemente o seu amor por nós.
Sejamos gratos a todos aqueles que se
apresentam em nossa vida como sinal de Ressurreição em nossas vidas, e oremos uns
pelos outros, com a finalidade de encontramos o Cristo Ressuscitado no outro
que se faz presente em nosso dia a dia.
(Ricardo
de Moura Borges – Graduando em Bacharelado em Teologia Católica)
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